Catálogo

Prazer de Ler

32

Vinicius Viramundos

Contar histórias não é uma tarefa simples como a primeira vista pode parecer, é preciso trabalho, dedicação e, também, determinação. Colocar uma história contada num papel não é tarefa menos difícil, afinal todos sabem que a oralidade tem um ritmo próprio que é aquele que vai surgindo do olhar do ouvinte, de sua expressão de surpresa e alegria. Pois, como passar isso para o texto escrito? É uma questão que nós contadores e escritores gostamos de tomar como desafio. Fiquei imaginando, neste texto delicioso de Viramundos, como ele conseguiu levar a história do Rei e do rato sem o seu violão, que é seu acompanhante mágico. Quando eu o escutei contar a história, foi como ver o flautista de Hamelin atraindo o rato com todos aqueles “erres” indo, de um a um, os pretendentes à caça do traquina roedor. Lendo o mesmo texto, mas sem a música, fui levada pela sonoridade das palavras. Ah, e que vontade que dá de se banquetear com o gato! Gato vegetariano comedor de rúcula e repolho. Acredito que neste seu livro de estreia, Viramundos soube tratar o lúdico das palavras, num trava-língua recontado com encanto e capaz de divertir adultos e crianças.